segunda-feira, 23 de abril de 2012

Adriano: Uma Saga

O roteiro: -Etapa 1: Jogador (dizem) Adriano faz uma cagada master no âmbito social/criminal/profissional. -Etapa 2: Globo realiza entrevista 'sincera' com o (dizem) jogador no qual ele explica que ninguém o entende ou dá uma chance, como sua infância foi complicada e a rua para a escola esa uma subida na ida e na volta também. -Etapa 3: Ver Etapa 1. Já vi essa sequência umas quatro vezes, e olha que eu nem acompanho futebol. Convenhamos...

sexta-feira, 23 de março de 2012

Da Bondade e do Perdão

Existe uma música...bem, na verdade, existe uma caralhada de músicas. Mas tem uma em especial, de um dos grandes autores musicais da nossa era, Leonard Cohen. Chama-se ‘Famous Blue Raincoat’ e é basicamente a transcrição de uma carta real que ele enviou. Simples, sem rimas, é a história de como ele perdoa seu ex-melhor amigo após este ter tido um caso com sua esposa, que ele também já havia perdoado.



Quem faz isso? Faço amigos em slow-motion, por isso odeio perdê-los; posso imaginar o baque que é perder o melhor amigo e a mulher amada em um único golpe, o vazio que deve ficar. Mas existem limites.

Errado. Na prática, o perdão engloba tudo. Vai contra a totalidade do orgulho, da razão, até, aparentemente, da decência. Se ainda fosse um parvo, um corno inocente inocente sendo passado para trás, ainda faria sentido. Mas não: como a carta deixa claro, ele tem plena consciência do que foi feito contra ele. Parece até meio puto consigo mesmo por estar estendendo a mão:

O que posso te dizer,
Meu irmão, meu assassino?
O que me resta falar?
Que acho que sinto tua falta,
Que acho que te perdoo
Que estou feliz de você estar no meu caminho?


Na verdade, ele até provoca o amigo recém-perdoado, perguntado se haverá reincidência:

Se você algum dia voltar para cá
Pela Jane ou por mim,
Bem, seu inimigo está dormindo
E a mulher dele está livre


A nossa cabeça não aceita isso. Preferimos a tese do corno manso, do crime sem perdão, do altruísmo falso ou mal-informado. A alternativa, de que nós mesmos poderíamos ser melhores, fazer escolhas que são claramente mais éticas, atrasaria nossa vida, roubaria nosso sono.

Outro exemplo.

No ótimo filme O Último Rei da Escócia, o protagonista Nicholas Garrigan, um médico garotão porraloca, vai parar no Uganda, trabalhando com um casal de outros médicos brancos em uma missão de assistência. O marido é praticamente um santo, um novo Buda se multiplicando em oito para atender à população carente, educar pais sobre saneamento, ir buscar medicamentos através de regiões perigosas, enquanto a esposa-doutora apenas acompanha o ritmo. Garrigan, louco para traçar a doutora loura, aproveita quando o marido sai em busca de remédios para tentar seduzi-la. Ela faz jogo duro, dizendo que ama e admira o marido, mas ele percebe que tem algo que ela não está dizendo e aperta o cerco:

-“Você ama ele...mas...?”

-“Mas de vez em quando, estar junto de alguém tão bom faz eu me sentir um lixo”.

É uma das melhores cenas do filme, e uma das menos valorizadas. Como na canção de Cohen, capta um traço humano importante: a bondade, após um certo nível, começa a parecer algo alienígena, quase nojento. Ofende a nossa auto-estima.

Da ficção, passamos ao fato. Lembro quando eu era moleque, das iniciativas do Betinho, irmão do cartunista Henfil, para diminuir ou erradicar a subnutrição no Brasil. Arrecadou toneladas de alimentos no país inteiro, foi capa de revista, ganhou visibilidade. Com a aparência ossuda de hemofílico, olhar de mártir resignado, ele parecia até esteticamente um dos flagelados por quem lutava. Mas depois do primeiro momento, passou a incomodar. A galera doou um saco de arroz, se sentiu bem, e daí em diante preferia esquecer o assunto, cuidar de seus problemas.

Betinho queria mais. Ações episódicas eram só uma solução temporária, claro. Ele queria um comprometimento maior, um investimento real e de longo prazo em uma camada da sociedade que, para a maior parte do público era de outra classe, outra cor e praticamente de outro planeta. Esperava algo de nós.

Começou a encher o saco.

Descobriu-se então que ele havia aceitado doações de bicheiros. Júbilo geral! O santo não era tão santo. Nossas pequenas canalhices e egoísmos não eram mais contrastados com um exemplo abnegação total. Se todos são bandidos, não vou ser eu o único otário a ser altruísta! Posso dormir em paz. Betinho morreu uma figura apagada e foi esquecido rapidamente.

Não foi o primeiro, não será o último. Santos religiosos são do nosso agrado: não nos pedem nada. Ao contrário, são os intermediários, os laranjas dos nossos pedidos, rezas e desejos. Os santos seculares, reais, os pequenos altruístas do nosso dia-a-dia, são perigosos.

Mas tomara que existam sempre.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A Tediosa Aventura Espírita

Quarta feira. Atendendo a meses de pedidos maternos insistentes, resolvo ir no centro espírita no qiarteirão ao lado. Minha mãe acredita que meu ex-sócio, que me garfou a editora que abri após sair da faculdade, também me colocou uma maldição ou mau-olhado por meio de um amigo pai-de-santo, e que isso é o que tem impedido minha ascensão pessoal a níveis Stevejobianos. Fim de tarde, um tempinho livre, por que não?

Chegando no local, muita gente de meia-idade, educada. Falo com a mulher no balcão pedindo 'orientação fraterna', segundo instruções maternas. Sou avisado que devo ser atendido às 19 horas. São 16:45.

Espera de duas horas já é um porre, mas exposto à musica do lugar o tempo equivale a umas três semanas. Acho que vi o ponteiro do relógio na parede andar pra trás só pra me foder: música de órgão com reverb no máximo para dar aquela acústica de catedral, consistindo de segurar uma nota de cada vez por 15 segundos cada.

Na falta total do que fazer, entrei na livraria local, que ocupa metade do salão de entrada. A maioria são livretos de 80 páginas, o que faz os preços de R$ 25 pra cima meio salgados. Tudo que é do Chico Xavier é mais caro, não importa o tamanho. Escrever 400 livros quando a maioria tem a espessura de um biscoito, até eu. Alguns destaques:

-Vencendo as Drogas: Atrás da capa benigna, revelações espantosas; a Aids é um presente divino pra impedir que as pessoas trepem e injetem de maneira desenfreada. E para punir hemofílicos e esposas de maridos infiéis, imagino. Além disso, o livro alerta para pessoas convidando para "noitadas" em "repúblicas estudandis", assim mesmo, com aspas.

-Pinga Fogo: Do guru máximo Chico Xavier. Impressiona pelo tom calmo com o qual diz barbaridades. Crianças que nascem doesntes ou com deficiência foram pecadoras em vidas passadas, e as deficiências tem a ver com seus pecados. Nasceu cego? Pecou com a vista. Nasceu com micropênis? Você matou mulheres com sua trolha descomunal em outra existência. Além disso, pobres foram ricos no passado e estão pagando pelo mau uso de seus bens. O que quer dizer que uma geração atrás havia 5 bilhões de milionários cuzões, que são os miseráveis atuais, e o ciclo vai se alternando. Todos os gráficos econômicos de longo prazo deviam ser em forma de montanha-russa.

-Ele Sabia! : Talves o mais nauseante dos que eu folheei, conta a história )baseada em 'fatos reais', claor) de uma criança de 6 anos cujo passatempo é dar lições de moral, na forma de discursos Fidelcastrianos de diversas páginas, para a sua mãe , que possui a desenvoltura mental de um hamster. Quando o pirralho adoece com uma doença incurável, fica mais feliz do que nunca, dizendo para todos que está indo para um mundo perfeito onde vai ser 1000 vezes mais saudável.

-Perguntas e respostas: Outro de Chico Xavier. Eutanásia é um crime porque precisamos sofrer até o fim para cumprir nossos desígnios sagrados e evoluir. Pela mesma lógica, aspirina e anestesia deveriam ser proibidos ou ao menos evitados pelos fiéis. Tragpedias e doenças são dádivas divinas que nos dão chance de perder nossas obsessões terrenas. Me ocorre que esse tipo de pensamento é pior que o de um escravo: tudo que acontece de bom é presente do seu superior, e tudo de ruim é culpa sua e é o que você merece. Exceto que o escravo pelo menos sabe quando está levando chibata e não finge estar ganhando cafunés.

No quesito de marketing setorial os livros espíritas estão com tudo: "Espiritismo para Militares", "Espiritismo para Hippies", "Espiritismo para Motoqueiros" (!) e por aí foi. apesar da reencarnação ser o quente da dourina, parece que todo autor tem um espírito que nunca reencarna: Lucius, Emmanuel, Irmão X, André Luis ficam eternamente no Além, ditando literatura para seus parceiros encarnados converterem motoqueiros e bichos-grilos, sem pressa de entrar em um útero e fazer mais um tour pelo mundo físico.


"...desde que você seja branco"

Seis meses depois (acho), finalmente sou chamado para minha orientação. Uma senhora sorridente e simpática me senta em uma sala separada, pergunta sobre minha vida, meu estado de espírito, coisa e ta. Respondo o que eu faço, minha história condensada desde o colegial, sabe como é, meio insatisfeito, tentando achar um caminho melhor.

Ela começa com elogios: "Mas você me parece muito sereno, muito seguro, inteligente, com boa cabeça. Até o fato de vir aqui mostra que você indentifica bem as coisas..."

Falo sobre o tal do 'serviço' que a minha mãe teme tenham encomendado para mim. "Isso geralmente não pega, mas o magnetismo ruim pode te afetar se você estiver vulnerável."

De repente, o jogo vira: "Estou vendo que você está meio desmotivado, insatisfeito, sem ter certeza do seu caminho". De fato ela está vendo isso, já que foi o que EU DISSE PARA ELA quatro minutos atrás. Ela recomenda uns cinco livros, todos à venda no andar de cima, e voltar para oito sessões, cada uma incluindo três palestras de vinte minutos cada e passes para 'doação de fluidos magnéticos'.

Nessa hora, minha boa vontade gastou. Estava lá havia três horas, duas das quais lendo subliteratura e pseudo-ciência. Disse que ia ver, agracedi e me despedi.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Amigo é Coisa pra se Perder

A primeira vez que tive que encarar, na real, que as coisas terminam e não voltam foi com um amigo de faculdade. Mais novo que eu, falante, popular. No domingo, estava na minha mesa de RPG (ele era popular obastante para ser nerd sem sofrer abalos de imagem). Na terça, estava morto, levado por uma infecção oportunista tão súbita quanto devastadora. O que me acordou (e me ensinou) não foi o choque, o velório, o caixão aberto. Na semana anterior, eu havia emprestado a ele um jogo de computador (pirata, comprado no infame e saudoso Stand Center da Avenida Paulista). Ao acordar no dia seguinte e ligar o meu PC, vi o ícone na área de trabalho e imediatamente pensei se ele tinha gostado ou não do jogo. Perceber que meu amigo nunca mais teria experiência ou opinião sobre nada, nunca mais, me atingiu com uma violência que até hoje, anos depois, faz meu pescoço formigar.

Isso é a morte, o fim, épico e banal na mesma medida: não ter mais amores nem coceiras, dores nem bocejos, ideias ou gripe. Mas a morte é ao menos natural. Aliás, não é não. Existe algo na entropia e na morte que é estranho e alienígena, mas isso fica para depois. A morte é...democrática. Temos ao menos a certeza que ela virá tanto para a nossa cara-metade quanto para aquele FDP virulento do serviço.

No fim, a única certeza é que todos à nossa volta passarão. Alguns levados pela morte, outros pela vida. Muitas vezes, são justamente as qualidades que fazem deles pessoas brilhantes que farão com que o mundo os leve para outras paragens . É egoísmo nosso, querer conservá-los, tê-los para sempre. Mas é também inevitável; sem eles, sobra pouco que faça de nós...nós.

Se é para pensar no que define uma pessoa, amigos é a melhor resposta que eu posso dar? Grana? Imprimem mais todos dia. Posses? Podem ser de alguém mais com uma simples transação. Filhos? Sem laços de empatia e afeto, não querem dizer muito: qualquer casal de mamíferos com o encanamento em ordem pode fazer crias às dúzias. Amigos de verdade, no entanto...

Apesar disso, a amizade é um coringa na nossa escala social de valores. Comemoramos aniversários de namoro e casamento, mas os amigos ficam sempre com um histórico nebuloso. Podemos chorar publicamente perder um emprego ou uma namorada, mas romper com um amigo e ficar mal é visto como um capricho hormonal reservado para adolescentes.

Amigos são a melhor prova que o mundo nos devolve de que existe algo em nós digno de admiração e respeito. Passar os genes adiante é um processo biológico. Passar você adiante, os seus valores, piadas, medos e gostos, pequenas humilhações e grandes triunfos, é um desafio. Não é a toa que tantos se deprimem e piram por não saberem se tem amigos de fato. Ou por saberem, com uma certeza apavorante, que não tem ninguém que se encaixe nessa descrição.

Por essas e todas as outras...obrigado, caras. Espero ter todos vocês por muito tempo ainda, mas na verdade, não importa. Vocês (que sabem quem são), como aqueles que já saíram da minha história por um motivo ou outro, já cumpriram sua parte. Foi um prazer e uma honra...até quando foi uma merda. Aliás, especialmente nestas horas.

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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Matupá: Massacre esquecido

Feitos 20 anos de um dos linchamentos mais brutais do país, ninguém pagou por anda e a nossa cultura segue pelo mesmo caminho.

AVISO: cenas fortíssimas nos vídeos abaixo.




sexta-feira, 27 de maio de 2011

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Uma Confissão

Hora de lembrar fatos desagradáveis.

No pós-furor do terrível massacre escolar do Realengo, depois do choque, da raiva, e da angústia, um sentimento sobrou depois dos demais.

Alívio.

Mais estranho ainda, um alívio duplo. Primeiro, porque, com um pouco menos de sorte e algumas decisões diferentes, poderia ter sido eu cometendo uma sandice desse calibre, anos atrás. Em segundo lugar, porque novamente com um pouco de azar, eu poderia ter criado um ou mais assassinos escolares.

Eu já vi essa nuvem por cima e por baixo. Já fui vítima de bullying. Já fui o bully também, transformando a vida de alguns pobres coitados em um inferno.

Essa transição não é incomum. A melhor forma de subir degraus na escada social é achar um alvo mais tentador do que nós mesmos e expô-lo ao ridículo diante dos colegas. Esse princípio também vale bem longe das salas de aula, em muitos locais de trabalho. O ser humano é uma merda.

Não vou dizer o que faziam comigo, até para não dar idéias para os sádicos da geração atual. De certa maneira, os detalhes não importam; a exclusão é geralmente pior do que as crueldades em si.

Para o bully e sua galera, a diversão dura aquele momento e o reforço de confiança , um pouco mais. Para vítima, é um ciclo sem fim. Para cada indignidade real que o bully causa, o coitado vai infligir dez outras em si mesmo, revivendo cada evento vergonhoso múltiplas vezes. Geralmente em silêncio, pois admitir esse nível de fracasso social seria uma humilhação ainda mais suprema.

Nas savanas da África, às vezes os rebanhos de zebras deliberadamente excluem uma do grupo, sem motivos aparente. Talvez ela tenha o cheiro errado, algum tique estranho. Seja o que for, ela é alienada pelas demais, e geralmente morta a coices com uma violência tão completa como casual. Será que era o meu caso?pensava eu. Talvez o problema não fosse que os valentões fossem canalhas sádicos, mas sim que eu fosse de alguma forma errado, um produto defeituoso que os outros tinham razão em rejeitar. Essa dúvida, em si, doía pior que qualquer crueldade direta, e durava muito, muito mais.

Ajuda dos pais? Nem pensar. Eu teria morrido, fisicamente morrido, antes de admitir para meu pai que o seu filho era motivo de risada. Teria pulado, sorrindo, dentro de uma turbina de Itaipu. Usado arame farpado como fio dental. Ouvido 20 minutos de um CD do Restart.

A adolescência é justamente quando começamos a contestar os laços coma família e tentamos formar relações duradouras fora de casa. Ter que engatar a ré após um fracasso é voltar à infância, da forma mais infeliz possível.

Como já disse, eu tive sorte. Consegui fazer uma triangulação, ficando amigo de amigos dos bullies e conquistando um pouco de paz. Mas a coisa não acabou aí.

Ao ver-me modestamente popular, não tive a decência de deixar os menos afortunados sossegados. Nunca cheguei a bater em ninguém, mas acredito que os alvos dos meus insultos talvez preferissem ter levado socos e pontapés. E eu não era um dos piores nesse sentido. Era impressionante na época, e ainda me choca hoje, o nível de frieza e sofisticação dos ataques. Não era incomum que algum dos garotos mais solitários e excluídos fosse (falsamente) convidado e entrar em um grupo, achando finalmente ter feito amigos, para ser em seguida traído e exposto como um otário na frente de toda as pessoas que, na época, eram o seu mundo todo fora de casa.

Lembro especialmente de uma ocasião, na qual um dos ‘cristos’ sofredores de uma das salas do colégio aproximou-se do meu círculo de amigos; tinha comprado um vídeo-game igual ao que nós jogávamos, e estava (obviamente, tristemente) esperançoso de que isso fosse uma ponte para ser aceito. Meu amigo fuzilou-o verbalmente com uma finesse impecável, uma delivery irônica de fazer inveja ao Rafinha Bastos: “Muito legal. Agora você tem algo para jogar com seus amigos imaginários.” Dupla crueldade, lembrando o infeliz do próprio status de perdedor (sem losers, como seríamos winners?) ao mesmo tempo em que o rejeitava. Na hora, quase parti uma costela rindo, mas depois esse incidente foi uma das coisas que me fizeram parar. Infelizmente, não foi só altruísmo. Com um círculo firme de amigos e mais confiança, vi que não precisava mais usar os outros como escada.

Quantos deles não devem ter sonhado em passar a mão em uma arma e eliminar os bastardos-mirins imperdoáveis que estavam lá, onipresentes, quatro horas por dia, cinco dias por semana. Muitas vezes ao longo de anos e anos transformando o cotidiano em um pesadelo? Certamente eu, enquanto vítima. Nunca cheguei ao ponto da violência, felizmente, mas nos piores momentos, se eu pudesse apenas ter acionado um botão, como quem apaga um arquivo de computador, e feito os bullies sumirem da face da Terra, eu teria quebrado o dedo apertando-o.

Bate com freqüência uma vontade de rastrear minhas antigas vítimas, conversar, pedir desculpas. Não sei até que ponto danifiquei suas vidas. Por diversas razões, nunca dei o primeiro passo. Talvez por vergonha. Mas principalmente, porque tenho medo de que, caso peça desculpas, elas me perdoem.

E o que eu fiz, e tantos outros fizeram e fazem, não merece essa cortesia.
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