domingo, 11 de abril de 2010

A Prova Final




Quando olharmos para trás, vinte ou trinta anos no futuro, poderemos dizer aos nossos filhos e amigos que testemunhamos um evento único: o desabamento de uma instituição de dois mil anos.

O escândalo eterno dos abusos sexuais de menores por padres achou uma forma de piorar: A AP encontrou um documento onde o próprio Ratzinger, futuro Bento XVI, tira um sacerdote estuprador do gancho. O padre em questão amarrava e violentava crianças entre 11 e 13 anos, e durante anos os bispos de sua dioceses tentaram expulsá-lo. O Vaticano sempre intervinha em favor do criminoso em conta de sua idade jovem (38 anos na época).

O documento é assinado e comentado a fundo pelo próprio Ratzinger, que pesa os eventos e escolhe um lado (dica: não o das crianças). Não há defesa ou argumento possível nesse ponto.

A questão agora é: o que fazer? A Igreja segue afirmando que é tudo invenção da imprensa que de repente acordou anti-católica. Não pode entregar a cabeça dos envolvidos nem do papa (mesmo que quisesse) pois sabe que isso enfraqueceria ainda mais seus quadros e seu status.

Que fique claro: é apenas o seu status religioso e a reverêmcia indevida que os governos tem por ele que impedem que Bento XVI seja algemado assim que pisar fora do Vaticano. A Igreja não vai puni-lo (o único órgão da Igreja que tem o poder de destituir papas é escolhido pelo próprio).

Um pouco de futurologia, então: Ratzinger é um homem idoso. Em alguns anos descobrirá em pessoa se sua religião é a certa, indo para o além-vida. Seu sucessor fará alguns pronunciamentos neutros onde cita o problema de forma sutil, sem tomar quaisquer medidas reais.

E a reputação da Igreja Católica vai morrer lentamente ferida por mil pequenos cortes. Pais irão impedir que filhos sigam a carreira sacerdotal por saberem dos eventos que ocorreram. A palavra Igreja será sinônimo de abuso sexual e pessoas desajustadas (da mesma forma que "prisão"), e motivo de piadas sacanas. A idade média dos padres, atualmente no patamar "Dercy Gonçalvez", vai subir para "Oscar Niemeyer".

A perda é o trabalho assitencial que a Igreja Católica de fato raliza em diversos países, e as pessoas que dele dependem. Bizarro ao extremo que os dirigentes da Sé coloquem isso em risco em nome da devoção ao poder, à rigidez hierárquica e da proteção aos que abusam dos poucos inocentes de verdade que existem nesse mundo, as crianças.

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